terça-feira, 10 de novembro de 2009

Saudades

Lilica,uma cocker misturada com pequinês que ganhou meu coração


28 de maio de 2004, eu grávida de 5 meses e meio da minha 1ª filha, gravidez de risco, com muita dor, sangramento e descaso de pessoas que não acreditavam que uma menina tão nova podia ter problemas numa gravidez. Estava em casa com meu marido, mamãe chegou com uma pequena bola de pêlos na mão dizendo que estavam dando, mas com tínhamos muitos cachorros(tínhamos uns 5 acho) ela não ficaria, na hora eu me apaixonei, eu quis, e ela me deu.Que nome dar, pensamos. Daí nos lembramos de uma cachorrinha que vivia no bar de mamãe (mamãe tinha um barzinho naquela época) e se chamava Lilica, era cocker como a que ganhei, só que marrom, e lembramos dos nossos cachorros, que mamãe vivia trocando o nome deles, chamando -os pelo nomes dos que tinham morrido há anos porque nunca gravava os nomes, daí resolvemos dar o mesmo nome da cachorrinha e ficou assim: Lilica. No mesmo dia, com meu bebê mexendo muito, eu dei ela pro meu bebê, disse que cuidaria até que meu bebê nascesse...Passou a noite, Lilica não sossegou enquanto não ficou com a gente na cama. De manhã muito cedo meu marido saiu pra uma viajem a trabalho e eu fiquei em casa. Ao longo da manhã eu comecei a sentir mais dores que de costume até que por volta das 9 fui pro hospital, Ana Letícia nasceu, com 550 gr, sem muitos recursos no hospital, sem conseguirem entuba-la ela morreu por não conseguir respirar. Engraçado que eu lembro de no dia seguinte, o dia que saí do hospital direto pro cartório pra registrar o nascimento e o óbito da minha filha e em seguida enterra-la, de ter chegado em casa e perguntar: cade lilica? Marido disse que ela tava bem, que gostou de dormir com os cachorros no quintal, dai em diante não a larguei mais. Cuidei de Lilica como uma filha, dava banho toda semana, passava perfume, vestia, ela me dava carinho e eu lhe dava atenção.Levava-a a todos os lugares.


Quando engravidei de Neto minha antiga alergia voltou, tive que deixar Lilica de lado um pouco, tive que abrir mão de muita coisa pra ter esse filho e tive. Quando ele nasceu e chegamos em casa com ele lá estava ela: curiosa, louca pra saber o que estava fazendo barulho no meu colo.E claro que Cléo já estava lá também... Ah essas duas, sempre se amaram se odiando. Cléo odeia manifestações de afeto, Lilica adorava manifestar afeto, logo Lilica corria atrás de Cléo pra lambe-la e Cléo brigava com ela, era tão bonito de ver... A medida que Neto crescia ele e Lilica fortaleciam mais ainda a amizade. Ao ponto da bichinha ficar com medo dele de tanto que ele queria ficar agarrado nela. Quando nos mudamos vimos que o portão era alto, por isso improvisamos com madeiras e tijolos pra ela não fugir, afinal apesar de afetuosa Lilica sempre teve a sindrome da baixinha invocada (certa vez levamos ela e outro cachorro nosso, vira-latas, pra vacinar, quando passamos por um pastor alemão enorme meu vira latas correu pra cima de mim com medo. Lilica não, avançou no pastor alemão,querendo brigar com ele). No final de março inicio de abril desse ano tinham uns cachorros andando soltos no condomínio, o sindico chegou a multar alguns dos donos, mas não adiantou muito. Numa noite eu ouvi um choro, uma briga, deduzi: são os cachorros da rua. E eram, com a minha Lilica. Lilica brigou com eles e voltou pra casa muito machucada, fedendo muito, deve ter apanhado de uns 4 cachorros grandes pelo menos. Cuidamos dela mas já não adiantava, na manhã do dia 7 de abril ela morreu, e com ela um pedaço de mim se foi. Não se tratou apenas de lembranças, carinho ou afeto, mas sim de alguém que chegou na minha vida num momento difícil e ficou comigo quando eu mais precisei.

4 comentários:

  1. Nossa não posso ler estas coisas amiga... não posso...

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  2. mas não é pra ficar triste, é só pra recordar a saudade mesmo

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  3. Oi Manu!
    Adorei as dicas que você me deu pra costurar... foi realmente muito útil, e com certeza vou praticar.

    Eu também sinto falta de um bichinho, me cachorrinho que morreu vai fazer 1 ano... nunca pensei que fosse chorar tanto por um bichinho. Como eles fazem parte da nossa vida, né?

    Me desculpe o sumiço, mas não te esqueço não tá?
    Tô meio enrolada com trabalho, casa, e o blog toma o meu tempo, nao estou dando conta de visitar todo mundo! My God!
    Mas logo logo eu me organizo, é que estou resolvendo um monte de coisas ao mesmo tempo, e isso tá me consumindo.
    Tenha um lindo dia!

    BjOs da Re.

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  4. Querida Manu, lendo sobre sua cachorrinha fiquei muito emocionada, tenho uma coisa com cachorros eles são meu ponto mais fraco, falar de cachorro eu desmorono na hora, tenho uma pincher com chiuaua que tem 15 anos, dá uma passadinha no meu blog e lê a nossa história. Um beijo grande, voltarei muitas vezes aqui.
    http://jeitofelizdeser.blogspot.com/

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